A Origem (Inception)


Após meses sem ir ao cinema (o Verão não consida tanto a estes programas), fui ontem ver A Origem (Inception).

Descontando o facto de seguir mais uma corrente, das várias que vão atravessando o cinema actual, e que o vai aguentando (pelo menos enquanto continuarem a escassear as grandes obras), o filme está bem conseguido, e em vários registos.

Desde logo, o argumento: uma ideia um tanto original, e que foi transposta com o cuidado necessário de modo a captar a atenção constante da minha parte durante as mais de 2 horas de filme, sem tornar o fio condutor da história imperceptível (e neste filme, teria sido fácil a complicação tomar conta da trama). Aplauso para Christopher Nolan.

Leonardo DiCaprio está de facto a tornar-se um grande actor. Definitivamente, passou dos filmes idiotas (Titanic incluído) para obras mais respeitáveis. Pode agradecer a si próprio, pela determinação em crescer como actor, às escolhas que tem feito, e a Martin Scorcese com quem fez O Aviador, Entre Inimigos e Shutter Island. Para além disso, o esquecido Revolutionary Road, Diamante de Sangue e este A Origem completam uma lista já considerável de filmes acima da média.
O elenco foi uma conjugação feliz. DiCaprio e Marion Cotillard sobressaem. Cotillard tem uma interpretação notável (a ironia de Nolan fez com que a música de Edit Piaf tenha um papel importante na história) . A restante equipa é genial: Ellen Page começa a ganhar a estatura de valor seguro. Watanabee e Joseph Gordon-Levitt conferem a necessária solidez ao elenco. Cillian Murphy é que não tem grandes oportunidades para sobressair, embora cumpra o que lhe é pedido. Gostei de rever Tom Berenger (demorei uns 15 minutos para o identificar).

Depois vêm os extras, alguns dos quais não são de desprezar: Fotografia, Direcção Artística, ...

Gostei do filme, embora não entre no exagero de lhe dar 9.2 pontos (como neste momento tem no imdb). Não entra, de todo, para a minha lista dos melhores filmes de sempre, nem sequer para o top50, mas é um filme que me agradou, e que, mesmo o final, não me desiludiu. Este género de filmes corre o risco de que o desfecho estrague tudo. Dei por mim, à medida que o filme se aproximava do fim, a indagar se a história se ia aguentar ou se ia terminar numa banhada como muitos outros. Para mim, embora não deslumbre, aguentou-se muito bem.

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