The Tree of Life



A Árvore da Vida é, a par de 2001 - Odisseia no Espaço, o filme que mais dificil me é de descrever. Curiosamente são também dois dos filmes mais arrojados que vi.


A tentativa de Malick fazer um filme bigger than life (como Kubrick havia feito com 2001) foi laureada em Cannes. Não que tal seja sinónimo de qualidade (a Palma de Ouro do ano passado é prova disso mesmo), mas chama a atenção para um filme que é diferente.


A Vida e a Morte, a Educação e como ela afecta o que somos, a Religião e a Natureza, o Amor ou o Realismo, tudo é colocado em conflito, tudo é questionado, até ao início de tudo (num dos flashbacks mais belos da história do Cinema). Kubrick também o havia feito em 2001, com o aparecimento do monólito na pré-História.

A eterna questão do que está para lá do que tomamos como certo é tratada com a liberdade que permite alguma margem de manobra na interpretação da obra, e é dificil fazer isto em Cinema. Como Kubrick havia feito, Terence Malick, mais do que dar respostas, coloca questões e propõe alternativas. E coloca-nos em perspectiva... na nossa dimensão perante a grandeza do Espaço e do Tempo.


Após um dia a digerir a experiência da A Árvore da Vida, posso dizer que, desde O Laço Branco (curiosamente, Palma de Ouro em 2009), que eu não via um filme tão bom no cinema.


Visualmente, A Árvore da Vida é um filme perfeito: somos nós as personagens, através da proximidade que o trabalho de câmara permite. A Fotografia é genial e a Banda Sonora é de alguém que deveria ter ganho o óscar o ano passado: Alexandre Desplat.


Decidi, pela primeira vez ir ver um filme pela 2ª vez ao cinema. É também por isto que o Cinema vale a pena...

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