Viagem planeada com o cuidado de quem a devia ter feito há décadas...
Porque os locais que nos são especiais não se escolhem: escolhem-nos e a eles ficamos ligados por mil laços invisíveis.
Esperam por mim passeios regalados pela consciência da alegria aqui e agora... não da saudade tardia de quem olha para as fotografias com a melancolia (ainda que bem dissimulada) do que passou... porque a percepção de estar naquele local (especial) não se explica, vive-se!
A verde filtragem dos raios finais de uma Primavera envergonhada banha os mais maravilhosos intervalos de um vaivem cultural... pessoas de todas as cores, vestidas com todas as cores, falam-nos com sotaques de todas as cores... a cultura que nos liga espera por mim, e mergulho na música interior da mais bela cidade do mundo.
Cada passo possui a magia sensorial de uma oportunidade agarrada, cada nova loja possui a antítese consumista de entrar pelo simples prazer de observar um povo e nada comprar, cada contemplação de um monumento crepuscular possui a saudade de um postal que remetemos a nós mesmos e partilharemos com o resto do mundo um dia mais tarde.
Perto de mais para não visitar... longe de mais para viver... a oscilação emocional de quem chama por mim... de quem me acolhe de braços abertos... pensamento que alimenta a única ponta da núvem que me turva o olhar, pelo qual inspiro a música desta viagem.
Porque as (boas) experiências da infância permanecem para a vida, não perderei nunca este local pois será sempre passado, presente e futuro, sempre com o encanto renovado das (cada vez mais raras) relações que se conseguem reinventar continuamente. Porque são estas que valem a pena. Porque são estes locais que vale a pena visitar...
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