Lado a lado, na repartição pública, cada um preenche a buocrática papelada dos assuntos das suas vidas.
Não se conhecem (ainda) e nenhum sabe que, daí a pouco tempo, não conseguirão viver um sem o outro. Pela primeira vez, cada um deles teve a seu lado o amor da sua vida sem o saber.
Não se olharam nunca durante os longos minutos em que os seus corpos (quase) se tocaram. Talvez ele tenha sentido a frescura do perfume dela... talvez ela tenha ouvido a firmeza da voz dele. Nunca o saberão porque não recordarão aquele momento como deles.
Para ambos, o primeiro encontro deu-se meses depois numa saída nocturna com amigos comuns. Foi essa data que passaram a celebrar anualmente, foi esse momento que marcou a mudança nas suas vidas.
Ninguém, para além de mim, testemunhou o casual encontro na repartição. Testemunhei-o porque o criei, assim como a Ele e a Ela... e decidi que aqueles dois seres foram feitos um para o outro, a partir da minha imaginação a traduzidos pela escrita da minha caneta.
Decidi que Ele e Ela seriam felizes juntos, com as tristezas próprias que lhes permitirão mais tarde apreciar a felicidade de se terem encontrado e darem mais significado à vida um do outro. Têm consciência da felicidade que representam um para o outro e da importância que a sua Companhia, Carinho, Amizade e Amor representa.
Assim sendo, se fui eu quem criou tudo isto, talvez o encontro na repartição não tenha sido assim tão casual...
Comentários
Simplesmente escrevo por impulso, muitas vezes num intervalo do trabalho, numa folha mal amanhada... são os textos de que gosto mais :)