A Sede do Mal (1958) e O Terceiro Homem (1948)


Orson Welles é um dos monstros do cinema.

Há cerca de um mês vi O Terceiro Homem, e a aparição de Orson Welles é simplesmente genial.
O filme é um dos expoentes máximos do filme negro; a história, um dos melhores argumentos do filme de mistério, com uma limpeza do discurso encantadora; os agentes, uma das melhores conjugações de talentos do cinema, do realizador (Carol Reed) ao argumentista (Graham Greene) passando pelos intérpretes (Joseph Cotten, Orson Welles e Trevor Howard, por exemplo); o cenário, Viena como nunca a havia visto: cidade plena de mistério, rica em personagens sinistras e recantos sombrios.

Foi votado o melhor filme britânico de sempre.
Apenas posso dizer que, de entre os que vi, O Terceiro Homem está entre os melhores.



Vi hoje A Sede do Mal, onde a mestria de Welles esteve novamente patente. Numa altura em que o filme negro estava praticamente abandonado, Welles regressa com esta história saturada com todos os ingredientes do filme negro, género que atingiu o esplendor na década anterior.
Apesar de, fisicamente, estar muito mais gasto do que 10 anos antes, a interpretação de Welles apaga as interpretações restantes. Qualquer um dos 2 filmes são marcos na sua carreira.
Welles acumula as funções de realizador e argumentista. Uma das maiores injustiças nesse ano foi o esquecimento da Academia no momento do reconhecimento: argumento, realização e interpretação nem uma nomeação mereceram. Provavelmente, o facto de Welles nem sempre ter sido bem amado no seio da indústria cinematográfica teve a sua influência.

Juntamente com Citizen Kane - O Mundo a Seus Pés, O Terceiro Homem e A Sede do Mal constituem a triologia obrigatória da cinematografia de Orson Welles (O Quarto Mandamento também não ficaria mal nesta lista)

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