Este tipo pertence a uma espécie bem comum: a dos cabrões.
Mas possui uma particularidade: é universalmente considerado como tal. Não é como Hitler, Estaline ou Mao Tse Tung, três dos maiores tiranos da História, que ainda possuem uma franja social que os defende, pese as atrocidades que cometeram. Hitler mandou matar 6 milhões de judeus, fora quem matou em combate na 2ª Guerra. Estaline foi "um pouco" mais longe e, às suas mãos perderam a vida 12 milhões de pessoas. De Mao, não faço ideia qual o calibre da sua tirania.
Esta personalidade dizimou um terço da população do seu país!
Subproduto da Guerra do Vietname, Pol Pot liderou os Khmers Vermelhos na invasão do Cambodja e posterior regime de terror que instaurou.
Começou por limpar tudo o que eram seres pensantes (médicos, escritores, ...)... no fundo, quem tinha alguma capacidade de orientar o país. Ficou com os trabalhadores do sector primário, sobretudo agricultura, os quais explorou e enviou para os Campos da Morte. De uma população de cerca de 7 milhões de habitantes, Pol Pot mandou matar mais de 2 milhões!
Lembrei-me desta ave rara por ter surgido ontem em conversa ao almoço. O meu director, fascinado por ditadores e o meu chefe, conhecedor de História falavam da terrífica década de 70 no Cambodja nas mãos dos Khmers Vermelhos. Praticamente só ouvi. Já conhecia a história e não tinha vontade de reproduzir o que eles já sabiam. A minha única intervenção foi para falar num filme (genial) sobre o tema.
The Killing Fields (em pt, Terra Sangrenta) é um documento histórico. Realizado em 1984, conta a histórica totalmente verídica da relação entre o jornalista do New York Times, Sydney Schanberg e o seu tradutor cambodjano Dith Pran. Schanberg venceu o Pulitzer pela reportagem sobre a cobertura que fez sobre a invasão do Cambodja. Quando teve que fugir do país, tentou levar consigo o seu tradutor (e amigo) Dith Pran. As autoridades não o permitiram.
Pran foi enviado para os Campos da Morte onde tomou contacto com o horror a que a espécie humana consegue chegar.
Arriscou a fuga.
Num país pejado de minas, mato denso com inúmeros perigos, doenças e animais, e patrulhado por um exército psicopata totalmente desprovido da noção do que é o respeito por um ser humano, Pran venceu. Num documentário do Canal História sobre os 10 mais, A fuga de Pran foi considerada a maior fuga de todos os tempos. É uma homenagem à vontade, à persistência e à capacidade de sobrevivência do ser humano. A crença no sonho de que era possível alcançar a liberdade levou Pran a empreender a maior viagem da sua vida.
Venceu.
Schanberg havia lançado uma campanha para encontrar Pran sem sucesso, e culpava-se pela possível "morte" do companheiro e amigo.
Este filme deu um novo significado ao tema Imagine de John Lennon.
Um grande filme e uma enorme história (http://www.youtube.com/watch?v=_Z1sj7gzpCk)
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