Pina

Ontem à noite, enquanto os Coldplay, Blondie e companhia actuavam no Optimus Alive em Algés, optei por "ver outra música": Pina
Quis o destino que eu fosse ver um documentário que havia assinalado como interessante, mas que havia "deixado cair" perante vários outros programas culturais/desportivos/lazer/familiares neste período de Verão.
O jantar que tinha combinado com um amigo para ontem, transformou-se em jantar + filme. Não por minha iniciativa, mas ganhei (e muito) em ter visto o filme. Para um leigo (como eu) a respeito da vida de Pina Bausch, o filme concedeu-me o privilégio de ser introduzido à arte desta coreógrafa genial.
Fiquei com vontade de ver alguns dos seus espectáculos, de conhecer esta fantástica personagem, e de aprofundar um pouco os parcos conhecimentos de bailado que possuo. Porque o que vi foi Arte, na sua mais lata acepção: Música, Dança, Cinema, Cenografia, Pintura, Coreografia... o legado de Pina Bausch é tudo isto.

Foi um momento de magia, em que a Arte de Pina se fundiu com a mestria de Wim Wenders.
O tom intimista do filme, os testemunhos da companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, apresentados como sonhos ou pensamentos dos próprios bailarinos, a utilização da tecnologia 3D, que nos permite "sentir" a profundidade do palco em que as coreografias tinham lugar aproximando o espectador de cinema do espectador de bailado, os cenários escolhidos para algumas coreografias de tributo a Pina Bausch revelam um sentido estético sublime (das paisagens naturais ao palco, dos cenários industriais à "bela" cidade de Wuppertal)... tudo isto faz da realização deste filme muito mais do que um documentário, mais do que uma homenagem... é uma junção bem conseguida entre Dança e Cinema.

Tive hipótese de ir ver os Coldplay gratuitamente. Não fui.
Primeiro porque tinha já um jantar marcado.
Segundo porque não me interessavam muito (nem gratuitamente).
Tive como bónus uma verdadeira Obra de Arte.

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