Simplesmente, é isto





Não há palavras…

Perante a beleza das imagens que este filme traz à superfície, nunca o vocabulário que conheço me pareceu tão curto para transmitir o que sinto. É sufocante querer transmitir sensações que existem apenas no íntimo… sensações para as quais não foram ainda inventadas palavras para as descrever.

Não é difícil não repetir o que escrevi aqui há mais de um mês, quando vi a obra pela primeira vez. Porque este filme é uma constante descoberta. Descubro-o quando não o estou a ver. Redescobri-o quando o vi pela segunda vez (e como merece ser visto em cinema!). Continuo a descobrir de cada vez que penso nele, de cada vez que falo nele, de cada vez que oiço a banda sonora ou vejo de relance uma amostra do seu Amor visual… porque imagens são Amor.

A Árvore da Vida é o filme de Tudo: da Vida e da Morte, de tudo o que existe. É o filme sobre tudo de tudo. E também por isso me é difícil exprimi-lo por palavras, sob o filtro da interpretação.
Parece feito à minha medida (passe a presunção)… atingiu-me… ou melhor: acolhi-o no âmago do que sou.
Arte e Vida, a Arte que é Vida ou a Vida que é Arte. Nunca como neste filme confundi tanto a Arte e a Vida. É artístico e é essa beleza (visual, sonora, interpretativa, …) que consegue transmitir a mensagem que acolho e acomodo naquilo que sou, no que sinto. E esta atingiu-me em cheio… na Vida que sou.

Como é possível ficar indiferente a esta sequência?

http://www.youtube.com/watch?v=1WvuJwMFPz4&feature=related


Como é possível não ser tocado pelo mistério que é comum a todos nós?

Apanhei de tudo: quem saísse a meio do filme do cinema (das duas vezes que o vi), quem se riu ou quem adormeceu (ouvi, todos na sala ouvimos alguém ressonar, na minha primeira ida!).
Compreendo perfeitamente que não se identifiquem com o tema… é muito pessoalizado e é fácil detestá-lo (as obras de génio são assim), mas não nos identificarmos é uma coisa, não sentir nada que nos faça, pelo menos, ficar até ao fim, é outra…

Gostei tanto de o ter visto pela segunda vez (ao contrário de algum receio que não foi, contudo, impeditivo de me fazer deslocar de novo ao cinema), aprendi mais… apreendi mais. Uma outra perspectiva… fantástico como pude ter a oportunidade de ver a vida de fora, de a ver duas vezes, com atenção redobrada, poder estar mais atento a detalhes que me haviam escapado…

É bom ir encontrando quem tenha gostado do filme: perco, por momentos, a sensação de estar a falar numa língua que só eu entendo.

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