Contraluz é um filme entertaining.
Para além disso, é um filme que (talvez preconceituosamente) se poderia classificar de bom, para um filme português.
Contudo, e embora a receita já esteja batida num certo tipo de filmes americanos (vidas que se influenciam umas às outras (como em Crash ou Magnolia), este possui a leveza onde os outros carregam na intensidade (talvez mais necessária ao sucesso comercial).
Contraluz é um filme que mostra a importância que temos nas vidas uns dos outros, mesmo que nem sempre nos apercebamos disso. É um filme sobre o desespero e o amor, sobre acreditar, acreditar que os pequenos detalhes que mudam o curso da vida acontecem quando devem acontecer.
O título não é inocente: a luz (e o uso da luz) é genial neste filme… aliás, toda a fotografia é fantástica e é ela que marca o tom do filme: fosse ele filmado num ambiente urbano e perderia grande parte do poder da mensagem que transmite.
Tinha vontade de o ver.
Emprestaram-me no sábado (sem eu o pedir).
Ontem voltaram a falar-me nele (sem eu o mencionar).
Foi o suficiente para decidir vê-lo, e não estou arrependido. Não por ser um grande filme. Apenas por, mesmo por breves momentos, me ter trazido esta reflexão (e por ter visto o uso da luz, da cor e da fotografia, todas elas de primeiro plano).
PS: As férias têm destes tesouros: creio que, desde que tenho TV cabo nunca havia visto, nem por um segundo sequer um canal de música. Resolvi ligar o VH1 (Morning Hits) e é um prazer escrever estas palavras ao som de Say Say Say, Everything I Do (I Do It For You) ou When You’re In Love With a Beautiful Woman, músicas que não ouvia há séculos. As férias têm destes tesouros.
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