Finalmente vou lá.
Já por duas vezes que estive para marcar esta viagem, mas à última recuava… uma vez alterei o destino e outra desisti.
Ainda a largos meses da partida, o conjunto de acontecimentos que me proporcionou esta viagem foi impressionante: não tivesse eu ido àquele jantar e nada disto teria acontecido…
Não teria apreciado os Mistérios (ou Encantos) de Lisboa como o fiz, não teria tomado tanta atenção aos detalhes de um livro que me leu o pensamento, não teria visto pela 3ª vez, um dos melhores filmes de sempre, não teria marcado o voo hoje, no último dia em que era possível fazê-lo com desconto.
Fui ao jantar por não me lembrar que tinha já um outro apalavrado… bastava ter-me lembrado desse outro e, provavelmente, tudo seria diferente. E no entanto, o jantar foi normal. Divertido, mas normal, no sentido em que nada de extraordinário aconteceu. Mas se todas estas consequências não são algo de extraordinário… bem… que mal-agradecido sou.
Vou para a cidade de Joyce. Já pensei em ler Gente de Dublin. Ulisses está fora de questão e Retrato do Artista Quando Jovem requer a coragem necessária para me atirar a ele pela 3ª vez (das duas primeiras falhei o assalto). Vou para a cidade de Once (No Mesmo Tom), um dos melhores filmes independentes dos últimos anos. Uma história que me fez querer estar lá. Em Madrid, uma amiga de uma amiga que havia morado em Dublin disse-me que Dublin era tal como era mostrado em Once.
Porque decidimos meio a brincar.
Porque falámos a sério depois.
Porque hoje, ao falar nas férias me falaram na promoção da Air Lingus.
Porque resolvemos todos marcar a viagem (quase) sem hesitar.
Há planos que demoram eternidades a serem concretizados. Este demorou um instante.
Comentários
Mas não me esqueci de ti. Não faço mais promessas, mas não me esqueci.
Para a semana falamos olhos nos olhos ;)
Grande abraço