A chuva lá fora...

Um desconforto que descobri quando vim para a minha casa, directamente do consolo da casa da família, foi o barulho lá fora durante a noite…há mais de 10 anos que vivia protegido pelo sossego dos vidros duplos que já nem me apercebia do barulho que não ouvia.
Nas primeiras noites passadas em Caparide, ouvia os alarmes dos carros que pareciam tocar à vez a melodia “xinfrineira mix” especialmente para me atrapalhar o sono. Ouvia os cães ladrar, qual matilha de lobisomens numa noite de lua cheia. Ouvia os miúdos num pseudo-gang que por aqui rondava nos primeiros tempos (já lá vão mais de 3 anos).

Mas as chuvas vieram, e aquilo que era um passo atrás na escala de conforto da vida, num momento se transformou em pura magia: notei que me havia esquecido de como sabe bem ouvir a chuva a bater lá fora. No aconchego da cama, cobertor, quente, escuro, … ouvir as gotas enviesadas contra as persianas fechadas. Redescobri um prazer de infância!

Lembrei-me disto porque hoje foi este o meu despertador… antes do outro, estridente e mal-humorado. E tal foi a minha sorte que não faltavam mais de 10 minutos para o som despertador do costume… eram 6:20 da manhã.

Ainda bem que não tenho vidros duplos!

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