Com a alteração da taxa liberatória de 21,5% para 25% vou levar (mais) uma talhada no meu rendimento.
Não é grande, é certo, mas é o suficiente para me fazer ponderar se a poupança será o melhor instrumento de aforro. Enquanto que, no corte do vencimento (que ainda não me atingiu) ou de um subsídio (este ano com parte do subsídio de Natal e para o ano estou certo que me vai tocar alguma coisa) é retida pelo estado a remuneração auferida e, por isso mesmo sem destino previsível à partida, na subida da taxa liberatória vão buscar “apenas” poupanças, dinheiro que já foi posto de parte.
Ontem, quando soube desta notícia, numa primeira reacção não fiquei propriamente satisfeito: eu que até consegui poupar, e que não sou rico (assumir, como muitos políticos o fazem, que quem consegue poupar é rico é tão desonesto que não merece um comentário maior do que este), sou, precisamente por ter conseguido poupar, penalizado! Errado, não?
Nem tanto se contextualizarmos a medida.
Ela será implementada para compensar uma outra: a do não corte dos subsídios dos funcionários públicos que ganham até 600 euros (em vez da anterior proposta de 485 euros). Neste sentido, e a acreditar que a verba arrecadada pelo estado com este aumento da taxa compensa a perda de receita pelo não corte dos subsídios para quem ganha entre 485 e 600 euros (o que eu duvido muito – acho que o estado vai ganhar muito com esta alteração: acredito que os 3,5% sobre os juros que o estado vai arrecadar a mais totalizam um montante bem superior ao montante que passam a pagar com os subsídios… mas isto é apenas uma crença).
Concluo apenas que acabei por achar esta medida mais justa: se consegui poupar algum dinheiro, é porque ganho mais do que 600 euros por mês e, numa altura difícil, há que ter bom senso, sentido de justiça, etc… Claro que uma medida que toca a todos por igual dificilmente é justa, mas na (grande) maioria dos casos acredito que esta nova versão da lei seja menos injusta do que a anterior.
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Preocupa-me mais a minha dívida (da casa)...