http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=529417&pn=1
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=529323&pn=1
É óbvio que, com tanta instabilidade regulatória (sobretudo fiscal), qualquer investidor se assusta quando pondera investir em Portugal.
Não há aqui ideologia (por muito que a Esquerda queira transformar isto numa questão ideológica contra os "ricos", e a direita fique lixada porque, neste momento, é governo e vê "fugir" a possibilidade de ampliação de uma receita futura). Há apenas pragmatismo.
Num mundo global, fazemos as escolhas onde temos mais estabilidade, onde as leis (subsídios incluidos) mais nos agradam, onde ganhamos melhor, onde temos mais possibilidades de progredir, ...
Porque é que criticamos a mesma atitude numa empresa? Se para nós é bom, porque não há-de ser para uma empresa ou para um "rico"?
Ter 2 pesos e 2 medidas tem sido a nossa especialidade quando analisamos e comparamos as nossas atitudes com as dos mais poderosos, mas no fundo, não decidimos de um modo muito diferente. Apenas falamos de centenas ou milhares em vez de falarmos de milhões.
A questão do zigue-zague da política fiscal não é nova... tem sido referida sucessivas vezes como um dos motivos para as empresas não investirem em Portugal. Este é apenas mais um exemplo. No ano passado a PT antecipou o pagamento de um dividendo extraordinário por saber do agravamento fiscal no ano seguinte (assunto sobre o qual aqui escrevi no final de 2010). Estúpido seria se fizesse o contrário.
Um accionista não é fiel a um país. Quer apenas maximizar o valor dos seus activos. Tal como qualquer contribuinte individual...
Mas por vezes esquecemo-nos de analisar o comportamento do dito país para com o accionista: será que um país (ou um governo), ao alterar constantemente as regras do jogo (fiscal) estará a ser fiel para com um investidor que arriscou investir no dito país? Por isso é que alguns gigantes (Auto-Europa, por exemplo), só se fixaram em Portugal mediante regras especiais (estabilidade fiscal incluída). Não é justo para com os outros? Obviamente que não, mas o estado "porta-se mal" é com os "outros" e não com as Auto-Europas. Com estas tem o comportamento que deveria ter com qualquer investidor, grande ou pequeno. Pena é que apenas seja "correcto" com quem tem o poder de causar estragos. Se o estado "levantasse cabelo" com estes, aí sim, a margem sul transformar-se-ia num verdadeiro deserto.
Ainda assim, a fuga de Soares dos Santos para a Holanda começa a causar danos... principalmente se mais exemplos se seguirem.
Infelizmente, é a vida...
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É óbvio que, com tanta instabilidade regulatória (sobretudo fiscal), qualquer investidor se assusta quando pondera investir em Portugal.
Não há aqui ideologia (por muito que a Esquerda queira transformar isto numa questão ideológica contra os "ricos", e a direita fique lixada porque, neste momento, é governo e vê "fugir" a possibilidade de ampliação de uma receita futura). Há apenas pragmatismo.
Num mundo global, fazemos as escolhas onde temos mais estabilidade, onde as leis (subsídios incluidos) mais nos agradam, onde ganhamos melhor, onde temos mais possibilidades de progredir, ...
Porque é que criticamos a mesma atitude numa empresa? Se para nós é bom, porque não há-de ser para uma empresa ou para um "rico"?
Ter 2 pesos e 2 medidas tem sido a nossa especialidade quando analisamos e comparamos as nossas atitudes com as dos mais poderosos, mas no fundo, não decidimos de um modo muito diferente. Apenas falamos de centenas ou milhares em vez de falarmos de milhões.
A questão do zigue-zague da política fiscal não é nova... tem sido referida sucessivas vezes como um dos motivos para as empresas não investirem em Portugal. Este é apenas mais um exemplo. No ano passado a PT antecipou o pagamento de um dividendo extraordinário por saber do agravamento fiscal no ano seguinte (assunto sobre o qual aqui escrevi no final de 2010). Estúpido seria se fizesse o contrário.
Um accionista não é fiel a um país. Quer apenas maximizar o valor dos seus activos. Tal como qualquer contribuinte individual...
Mas por vezes esquecemo-nos de analisar o comportamento do dito país para com o accionista: será que um país (ou um governo), ao alterar constantemente as regras do jogo (fiscal) estará a ser fiel para com um investidor que arriscou investir no dito país? Por isso é que alguns gigantes (Auto-Europa, por exemplo), só se fixaram em Portugal mediante regras especiais (estabilidade fiscal incluída). Não é justo para com os outros? Obviamente que não, mas o estado "porta-se mal" é com os "outros" e não com as Auto-Europas. Com estas tem o comportamento que deveria ter com qualquer investidor, grande ou pequeno. Pena é que apenas seja "correcto" com quem tem o poder de causar estragos. Se o estado "levantasse cabelo" com estes, aí sim, a margem sul transformar-se-ia num verdadeiro deserto.
Ainda assim, a fuga de Soares dos Santos para a Holanda começa a causar danos... principalmente se mais exemplos se seguirem.
Infelizmente, é a vida...
Comentários
Se não queriamos a livre circulação de capitais (e de pessoas, já agora), não tinhamos que assinar os tratados europeus e vender-nos à Europa (que foi o que fizemos)... e quem o fez foram os políticos e não os empresários.
Este espaço é muito curto para justificar tudo: tema para uma próxima conversa... ;)
Procurar o estrangeiro para ter uma vida melhor é uma coisa, procurar o estrangeiro para em vez de ter uma vida muito boa passar a ter uma vida muito muito boa é outra!
Depois há toda uma postura bem conhecida do Sr. Soares dos Santos que não liga bem com esta atitude.
É preciso perceber o estado do País e perceber o que está a ser feito. Houve anos em que se estoirava dinheiro não se sabe bem em quê, agora percebe-se, pelo menos na minha opinião, que está a haver uma tentativa de gastar menos, reformar a função do estado e mudar uma série de realidades que não eram sustentáveis. É preciso o contributo de todos e principalmente dos que mais podem.
Num caso extremo, se todos os que têm dinheiro fossem embora Portugal tinha de ser vendido... Até porque são poucos os Países da União Europeia onde se ganhe menos do que em Portugal!