Após a carta aberta dos oficiais das Forças Armadas ao Ministro da Defesa onde, entre outras coisas, afirmavam que “não são submissos”, D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas, em vez de deitar água na fervura, resolveu lançar lenha para a fogueira.
Que os militares digam que são insubmissos é, por si só, preocupante.
Durante anos, a carreira militar foi “a mama para muita gente”, ora porque não conseguiam entrar para cursos superiores “civis”, ora porque alguns eram demasiado bem pagos para não fazer nenhum, ora porque as missões de paz na ex-Jugoslávia e em Timor (sobretudo) eram autênticas minas de ouro (o Afeganistão nem tanto) para os que nelas participaram (lembro-me de uma missão de paz na ex-Jugoslávia, nos anos 90, onde cada militar recebia perto de 500 contos por mês! 2500 euros há mais de 15 anos atrás! Nada mau, ainda por cima com tudo pago!).
Quando chegou a altura de apertar o cinto, toca de lançar ameaças que, para além de irresponsáveis, são perigosas. A hierarquia militar pressupõe obediência e, sendo o Presidente da República o chefe supremo das Forças Armadas, melhor seria que esse cabeçudo não vacilasse tanto e se deixasse de disparates: um PR próximo mas firme (e não fraco) diminuiria a probabilidade de ocorrência de insubordinações como esta.
Se houvesse um atentado contra direitos fundamentais, eu compreendia a revolta, mas com tanta gente a fazer sacrifícios muito superiores aos que são pedidos aos militares, não.
Em relação à posição de D. Januário Torgal Ferreira: diz ele que “as injustiças podem levar à queda do governo” (Jura? É preciso um doutoramento para chegar a essa conclusão!) e “começo a sentir o cheiro à queda do Regime” (uma irresponsabilidade em tom de ameaça que, no contexto em que estamos, não lhe fica nada bem, para ser simpático).
Sou católico mas não sou cego, e, há já algum tempo venho discordando da posição (política) alinhada que diversos membros da Igreja Católica têm manifestado a respeito da crise, das medidas, e da possibilidade de “revolta social”, o papão que repetidamente têm acenado.
Que o Bispo defenda a sua classe (as Forças Armadas), compreendo, mas que seja demagógico e populista, à boa maneira da Extrema-Esquerda ou da Extrema-Direita (imagine-se!) não entendo. Durante o governo de Sócrates (o burro, não o esperto… esse era grego), que contribuiu muito para a actual situação, os Bispos calaram-se. Lembro-me mesmo do Cardeal Patriarca chegar a afirmar, publicamente, creio que a respeito de um dos PECS (os 4 famosos “montes de merda” de Sócrates), que havia reformas e sacrifícios que tinham que ser feitos! Agora, que algumas reformas estão efectivamente a ser feitas, e todos sabiam que iam ser duras (e sê-lo-ão ainda mais), viram o bico ao prego.
Claro que, socialmente, Portugal corre riscos com as medidas que estão a ser tomadas, mas qual era a alternativa? Taxar os ricos a 90% para fugirem todos e ficarmos só com pobres? Quantas vezes será necessário lembrar que ninguém nos empresta dinheiro! Acordem para a vida.
Esperava uma posição mais lúcida da Igreja. Mesmo perante o receio de fuga de fiéis para outras religiões, nos momentos de crise os bons vêm-se pelo bom senso e não pelo populismo… este, à luz da História, torna-se ridículo.
Se, nestes tempos difíceis, as diferentes religiões se digladiam pela captação de fiéis, é uma instrumentalização triste e demagógica e um aproveitamento indecente do mau momento dos que sofrem.
Nada disto tem a ver com Fé: é apenas política. Não me revejo nesta atitude e acho perigoso este apelo à revolta por quem deveria ter mais bom senso.
Que os militares digam que são insubmissos é, por si só, preocupante.
Durante anos, a carreira militar foi “a mama para muita gente”, ora porque não conseguiam entrar para cursos superiores “civis”, ora porque alguns eram demasiado bem pagos para não fazer nenhum, ora porque as missões de paz na ex-Jugoslávia e em Timor (sobretudo) eram autênticas minas de ouro (o Afeganistão nem tanto) para os que nelas participaram (lembro-me de uma missão de paz na ex-Jugoslávia, nos anos 90, onde cada militar recebia perto de 500 contos por mês! 2500 euros há mais de 15 anos atrás! Nada mau, ainda por cima com tudo pago!).
Quando chegou a altura de apertar o cinto, toca de lançar ameaças que, para além de irresponsáveis, são perigosas. A hierarquia militar pressupõe obediência e, sendo o Presidente da República o chefe supremo das Forças Armadas, melhor seria que esse cabeçudo não vacilasse tanto e se deixasse de disparates: um PR próximo mas firme (e não fraco) diminuiria a probabilidade de ocorrência de insubordinações como esta.
Se houvesse um atentado contra direitos fundamentais, eu compreendia a revolta, mas com tanta gente a fazer sacrifícios muito superiores aos que são pedidos aos militares, não.
Em relação à posição de D. Januário Torgal Ferreira: diz ele que “as injustiças podem levar à queda do governo” (Jura? É preciso um doutoramento para chegar a essa conclusão!) e “começo a sentir o cheiro à queda do Regime” (uma irresponsabilidade em tom de ameaça que, no contexto em que estamos, não lhe fica nada bem, para ser simpático).
Sou católico mas não sou cego, e, há já algum tempo venho discordando da posição (política) alinhada que diversos membros da Igreja Católica têm manifestado a respeito da crise, das medidas, e da possibilidade de “revolta social”, o papão que repetidamente têm acenado.
Que o Bispo defenda a sua classe (as Forças Armadas), compreendo, mas que seja demagógico e populista, à boa maneira da Extrema-Esquerda ou da Extrema-Direita (imagine-se!) não entendo. Durante o governo de Sócrates (o burro, não o esperto… esse era grego), que contribuiu muito para a actual situação, os Bispos calaram-se. Lembro-me mesmo do Cardeal Patriarca chegar a afirmar, publicamente, creio que a respeito de um dos PECS (os 4 famosos “montes de merda” de Sócrates), que havia reformas e sacrifícios que tinham que ser feitos! Agora, que algumas reformas estão efectivamente a ser feitas, e todos sabiam que iam ser duras (e sê-lo-ão ainda mais), viram o bico ao prego.
Claro que, socialmente, Portugal corre riscos com as medidas que estão a ser tomadas, mas qual era a alternativa? Taxar os ricos a 90% para fugirem todos e ficarmos só com pobres? Quantas vezes será necessário lembrar que ninguém nos empresta dinheiro! Acordem para a vida.
Esperava uma posição mais lúcida da Igreja. Mesmo perante o receio de fuga de fiéis para outras religiões, nos momentos de crise os bons vêm-se pelo bom senso e não pelo populismo… este, à luz da História, torna-se ridículo.
Se, nestes tempos difíceis, as diferentes religiões se digladiam pela captação de fiéis, é uma instrumentalização triste e demagógica e um aproveitamento indecente do mau momento dos que sofrem.
Nada disto tem a ver com Fé: é apenas política. Não me revejo nesta atitude e acho perigoso este apelo à revolta por quem deveria ter mais bom senso.
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