O célebre poema (não rimado) “Eu Tive um Sonho”, conhecido em todo o mundo como “Pegadas na Areia”, foi escrito há quase 50 anos por Margaret Fishback Powers, uma baptista canadiana que o escreveu após um passeio na praia com o namorado (e futuro marido), num momento importante das suas vidas. As palavras funcionariam como uma antevisão do que viriam a viver.
Mas as suas vidas nada têm de mais extraordinário do que a maioria das vidas que conheço. Talvez se tenham distinguido da normalidade pela dedicação à religião. Fora isso: pessoas comuns.
O que os distingue é a forma como vivem a vida e como olham para o que lhes foi acontecendo, colocando nas mãos de Deus algumas decisões para as quais se acharam impotentes para tomar (não sem antes terem tentado – não há almoços grátis).
Uma dessas decisões teve a ver precisamente com a autoria deste poema: perdido durante anos, surgiu em todo o mundo como um poema anónimo (após o escrito original se ter perdido numa mudança de casa). Após uma luta de anos, contra editoras e falsos autores para ver reconhecida a autoria do poema, sem sucesso, foi quando deixou de dar importância a um assunto que perdeu dimensão (aos olhos de Deus) que Margaret Fishback Powers obteve o reconhecimento devido.
A história foi colocada em livro, na “verdadeira história por detrás do poema que inspira milhões de pessoas em todo o mundo”. Embora seja “apenas”um relato, é um livro muito interessante. Sem pretensão, mas com uma simplicidade contagiante, a história mostra como a Fé (também) pode ser simples.
Eu Tive um Sonho
Uma noite tive um sonho.
Estava a passear na praia com o meu Senhor.
Pelo céu escuro passavam cenas da minha vida.
Por cada cena, percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia,
de pegadas na areia,
um que me pertencia
e outro ao meu Senhor.
Quando a última cena da minha vida passou perante mim
olhei para trás para as pegadas na areia.
Havia apenas um par de pegadas.
Apercebi-me de que eram os momentos mais difíceis
e tristes da minha vida.
e tristes da minha vida.
Isso sempre me incomodou
e interroguei o Senhor sobre o meu dilema.
“Senhor, quando decidi seguir-Te, disseste-me
que caminharias ao meu lado
e falarias comigo durante todo o caminho.
mas apercebo-me de que,
durante os momentos mais atormentados da minha vida,
há apenas um par de pegadas.
Não percebo por que razão, quando mais precisei de Ti,
tu me deixaste.”
Ele segredou: “Meu precioso filho,
Eu amo-te e nunca te deixarei,
nas horas de provação e de sofrimento. Nunca.
Quando viste na areia apenas um par de pegadas
foi porque Eu te carreguei ao colo.”
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