Depois de Dois Homens e Um Destino (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969). George Roy Hill voltou a dirigir Robert Redford e Paul Newman em A Golpada (The Sting, 1973).
Há muito tempo que queria ver este filme (há muito tempo que quero ver centenas de filmes – a vida é curta para todos, daí a importância em ter algum critério).
A história, passa-se nos anos 30, mais concretamente em 1936 e conta a cilada armada por dois aldrabões a um “senhor do crime” através da vigarice ao jogo e de apostas viciadas.
O argumento é algo complicado, não no sentido de ser uma história difícil de entender (longe disso), mas na medida em que muita coisa acontece… um pouco como nas histórias dos filmes negros… só que neste caso, é mais perceptível… nota-se mesmo algum cuidado nesse sentido por parte do argumentista (maior complexidade levaria o filme ao desastre).
Os extras não foram deixados ao acaso neste filme. Realço dois: a banda sonora adaptada por Marvin Hamlisch, falecido no ano passado, e que nesse ano se tornou no único compositor a vencer 3 óscares num mesmo ano, e o guarda-roupa a cargo de uma das grandes senhoras de Hollywood, Edith Head, vencedora de 8 óscares (e que teria em A Golpada o seu último prémio).
Robert Shaw completa o trio principal desta obra e é um secundário de luxo: a sua curta carreira terminaria pouco depois de O Tubarão (Jaws, 1975), com a morte aos 51 anos, mas o facto de ter marcado presença em algumas das grandes obras das décadas de 60 e 70 mostra que ainda teve tempo de entrar para a história do cinema.
Este filme é mais um exemplo de como um filme com uma componente de entretenimento pode ter uma qualidade superior. É um filme muito bom e embora apenas tenha sido reconhecido pela Academia (passou ao lado de quase todos os restantes prémios), ter ganho 7 óscares, neste caso, é sinónimo de qualidade (o que nem sempre acontece).
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