O acontecimento literário do ano ocorreu ontem (se é que ainda existem acontecimentos literários).
A prequela de Não Matem a Cotovia (To Kill a Mockingbird, 1960), 55 anos depois do lançamento do vencedor do Prémio Pulitzer, é o bestseller #1 da Amazon antes ainda de ter sido lançado.
Por cá, chega (em português) no último trimestre do ano, mas num país onde o primeiro livro é pouco conhecido, o impacto do acontecimento é diminuto, mesmo no meio cultural.
O texto foi escrito por Harper Lee antes da redacção de Não Matem a Cotovia, mas por sugestão do editor (que gostou muito das memórias de Scout dos tempos de infância), Lee escreveu um segundo romance para ser publicado em detrimento do primeiro, em que a acção ocorre 20 anos antes, e foi este que se tornou, segundo a Associação de Livreiros Norte-Americanos numa votação de 2010, no melhor romance americano da 2ª metade do século XX.
Aguardo, já não com a expectativa exagerada da adolescência, mas com a curiosidade ligeiramente aumentada por já não haver acontecimentos literários assim. Escritores de culto vivos há poucos.
O pouco que li sobre a história, surpreendeu-me e, por isso, guardarei para um futuro post alguma opinião que venha a dar (se se proporcionar).
Para já, aguardo o lançamento, mas a expectativa de um evento destes já não é do nosso tempo: o lançamento de Não Matem a Cotovia pode ser visto no filme Capote (Harper Lee era amiga de Truman Capote) em 1960, e aí sim, o lançamento de um livro era qualquer coisa, com público e leitura de excertos, Hoje já não há tempo para isso.
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