Encontrei-a na carruagem



Vi hoje uma bonita rapariga
Trocámos (ainda que ao de leve) simpatias,
Viajava com ela (que pena!) uma amiga
Daquelas sempre cheias de manias.

Sentado, fiz que lia mas não li
No estrilhar do aço nos carris,
Quis ouvir a sua voz mas não ouvi
Palavras que trocavam em tom feliz.

Saiu a amiga feia da carruagem
Ficou só o doce olhar de pôr-do-sol,
Dois seres na rotina de uma viagem
Vem ela do trabalho e eu do futebol.

Sentámo-nos lado a lado... perfeição
Transferência do calor em pensamento,
Sentir o aroma da paixão
No instante em que nasce o sentimento.

Não vi rapariga nem olhar suavizado
Somente mais expressões sem sentido,
Mas se tivesse ficado apaixonado
Era assim que teria acontecido.

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