Memória de uma imagem

Vi hoje numa fotografia quem não via há muito tempo, e vacilei.
O poder da imagem, a partida da memória empurra o furacão de pensamentos que julgo resolvidos para o mais consciente estado que possuo, e então relembro.
Não só relembro como revivo, e sinto, por contraponto, o vazio que me assalta. Não é bom nem é mau, o que é o pior dos estados, o marasmo de uma vida (mais ou menos) indiferente, à deriva entre a rotina e a fuga da rotina.
Quero acreditar que um dia hei-de olhar para a fotografia e sentir uma réstia de alegria... sinto essa alegria, mas pelos motivos errados (para mim), e não a voltarei a sentir como devia.
A vida passa, os acontecimentos vêm e vão, mas quando sou chamado à razão, raramente estou à altura de reagir sem emoção. Porque vivi uma vida que não mais vai voltar (nem deve)... mas custa um bocadinho dizer adeus.

Comentários