Águas Agitadas (2008)


Foi a primeira vez que vi um filme norueguês (pelo menos que eu soubesse).
Tinha alguma alguma expectativa, apenas pelo que havia lido na sinopse e como, muito provavelmente o filme iria sair de cena na semana seguinte, tinha que aproveitar.

O filme conta o regresso de um jovem a uma comunidade da qual tinha sido arrancado quando havia sido acusado, anos antes, de ter assassinado uma criança que havia raptado. Arranja emprego como organista numa igreja e vai-se reintegrando aos poucos na sociedade. Mas a família da criança reconhece-o, e dá-se início a uma confrontação tão dramática quanto realista.
Para além de alguns extras como as interpretações ou a (fantástica) banda sonora, houve 2 aspectos de que gostei muito neste filme: o modo como a história é contada, e a seriedade com que o assunto é tratado.

Na primeira parte do filme, temos a perspectiva do jovem, o seu regresso visto por si próprio, os medos, as desconfianças e o regresso a uma vida cada vez mais normalizada. Na segunda parte, é-nos dado o seu regresso visto pela família destroçada e que, nos anos de prisão, refizera a vida. Novamente os medos e as desconfianças são partilhados com o espectador, e o final é digno dos melhores thrillers.
Um assunto tão delicado, ora deriva em drama ora em thriller. Águas Agitadas consegue captar o melhor de ambos. Conseguimos conhecer os agentes da história e partihar com eles o que sentem, mas por vezes temos que agarrar os braços do assento tal o desejo de controlar os acontecimentos, alguns fruto de mal-entendidos, mas a vida é assim.

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