Ryan and Ali



Vi esta semana um programa da Oprah. Optei por não ver nenhum filme (aquele que deveria ter ido ver ao cinema havia sido cancelado à última hora e, chegado a casa, não estava já na disposição de me deitar tarde - curiosa esta necessidade de justificar a visualização do programa da Oprah!).

Ali MacGraw era a convidada.

Relembrei algumas imagens de Love Story, desde logo porque as suas feições não haviam mudado tanto (em cerca de 40 anos).

Falou da sua vida, das suas desilusões, de uma carreira secundária, das causas que abraçou na vida e do seu problema com o alcoolismo (ultrapassado). Pareceu-me, tanto quanto é possível contornar o preconceito que acompanha as primeiras impressões, uma daquelas figuras públicas (lá está a generalização...) em luta para não chegar ao final do seu tempo desiludida com a vida. O contraponto do sucesso tem sido, para muitas estrelas, a amarga sensação de vazio com que a parte das suas vidas longe das luzes da ribalta é preenchida.

Ainda assim, a julgar pelo tom da conversa, Ali MacGraw tem vencido esta batalha.

Na segunda parte do programa apareceu Ryan O'Neill.

O ar de sex symbol do início da década de 70 deu lugar a um tipo bonacheirão, que mesmo que quisesse não conseguiria disfarçar a boa pessoa que é.

Tal como Ali MacGraw, também Ryan O'Neill não conseguiu capitalizar o sucesso alcançado com Love Story para partir para uma grande carreira. Hoje, quando são referidos os seus nomes, associamo-los apenas a Oliver Barret IV e Jennifer Cavillery.

No momento em que o programa foi gravado, ele havia perdido Farrah Fawcett (sua companheira de 30 anos) cerca de um ano antes. O modo como acompanhou a sua doença (acabando por se casarem quando esta se encontrava às portas da morte) apenas reforça que a transparência que Ryan O'Neill mostrou nos 15 mins em que conversou com Oprah e Ali MacGraw é o seu modo de estar na vida.

Pelo meio deu ainda mostras de não ter perdido o espírito que há 40 anos imprimiu a Love Story.

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