Deixa-me Entrar



Uma história de amor entre duas "crianças" de 12 anos passada na Suécia no início dos anos 80.
Uma história de bullying e de vampiros, fria e escura, mas onde a Luz, sob todas as formas, desempenha um papel principal.
Oskar e Eli vão identificar-se por todos os motivos. E nessa descoberta, constroem uma compreensão mútua tão verdadeira quanto a inocência do que temos de mais honesto. Sem Bem nem Mal: apenas verdadeiro.
Deixa-me Entrar é também um filme que apresenta um modo diferente de olhar para o Bem e para o Mal. Não que os queira baralhar, porque não deixamos de reconhecer um e outro, mas percebemos a força do Bem, e o quão perigoso ele pode também ser quando consegue dissimular o Mal. Não é por isso um filme para se ver com preconceito ou condicionamento (se assim for, não vale mesmo o tempo, pois não conseguimos tirar dele partido): é um filme para nos deixarmos levar, sem lógica ou julgamentos e no fim, fazer o balanço.

Deixa-me Entrar surpreendeu-me e de que maneira!
Não gosto de filmes de terror. Preconceitos à parte, um filme de terror, como uma comédia, tem que ser muito bom para me convencer. Muito melhor do que um drama, por exemplo. Provavelmente, porque rareiam tanto os bons filmes de terror (como as boas comédias), quando aparece um que me surpreende pela positiva, tendo a elevá-lo demasiado alto.
Deixa-me Entrar é um bom filme. Mas é mais do que isso, muito mais: é uma grande história… é um filme de terror que consegue retratar os mais belos sentimentos.

É uma história de amor e é uma história de terror (maiores de 16). Mas é um terror que quase me sinto impelido a desculpar, tal a poesia com que é contado. Porque Deixa-me Entrar é uma fábula, uma história de dois seres mais ou menos inocentes, mas que se sentem sós, e é também nessa solidão que se identificam, que unem forças contra um mundo demasiado estranho para a sua inocência.

http://www.youtube.com/watch?v=a5Njql3ojkQ&feature=related

Notas:

1. Falar da qualidade da filmagem ou da banda sonora tornou-se demasiado repetitivo, mas isso não é motivo para deixar de enaltecer algo quando é bom, e a BS deste filme é sublime. E a qualidade dos planos, da imagem, da história? É a exploração do Cinema como um todo.

2. Vi que há um remake americano de 2010: com a paranóia dos vampiros, lá foram pescar este filme à Suécia apenas 2 anos após o original! Pelo sim pelo não, fico-me pela autenticidade.

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