Central do Brasil

Para além de grande filme, grandes interpretações, grande história e tudo o mais, o que mais retive do filme Central do Brasil (1998), foi a mensagem de esperança que gradualmente se vai formando.
É um filme que assume aquilo que é… não tenta dourar com dramatismos ou floreados de apelo comercial uma história que, pela sua força e realismo vale por si… por isso mesmo, este filme supera-se, e atingiu o merecido reconhecimento: o Urso de Ouro em Berlim, o Globo de Ouro e as nomeações para os Óscares são o exemplo disso mesmo. Não fosse competir nesse ano com A Vida é Bela (La Vita è Bella) e provavelmente teria ganho também o Óscar.

Central do Brasil é uma história sobre os solitários deste mundo… sobre os mil e um artifícios que muitos usam para mascarar a solidão enganando muitas vezes a sua própria natureza. É um filme sobre a perseverança, a luta pelos sonhos, e como (bons) exemplos desencadeiam reacções positivas no assumir daquilo que somos. É um filme onde a Fé é mais um caminho do que um fim, mas é essa Fé, como veículo, que faz despertar o melhor de cada ser humano. É um filme sobre os pobres que descobrem, na amizade e nos pequenos tesouros com que a vida os presenteia, a riqueza de espírito que muitos não chegam sequer a vislumbrar. É um filme onde as fragilidades são um ponto de partida para corrigir eventuais desvios e melhorar quem somos. E contudo fazem, simplesmente, parte da natureza humana.
É um filme simples.

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