Gestão de expectativas

Esperar o melhor e preparar para o pior

Que merda de frase…

Se esperamos o melhor é óbvio que não estamos preparados para o pior. Se estamos pessimistas (genuinamente e não o falso pessimismo, aquele que muitas vezes serve para mostrar, no caso de alguma coisa vir a correr mal, mas que não reflecte o que sentimos de verdade) não acreditamos que a coisa venha a correr bem.
Depois, quando o oposto acontece, a desilusão ou a alegria são largamente ampliadas. E muito se deve ao facto de serem comparadas com carga emocional que colocámos na projecção que fizemos do que estava para acontecer.

A gestão das expectativas aplica-se a quase tudo na vida: desde os acontecimentos mais banais como um jogo do Benfica (ser pessimista até tem dado resultado, sobretudo se o jogo for televisionado no 1Bar, local onde o Benfica nunca perdeu um jogo) ou um jantar logo à noite, ou eventos mais sérios como a evolução de uma doença de alguém que nos é próximo ou de um possível relacionamento.
Não quero com isto dizer que as coisas, por si só, não tenham carga emocional. Muito do que acontece não é neutro: há coisas boas e más (em maior ou menor grau), mas se, à partida, imprimirmos uma expectativa num determinado sentido a algo que está para acontecer, estamos a “viciar o sentimento final”.

Qual é a solução?
Sermos estóicos? Por vezes sim, mas nem sempre… no fim de contas, não somos máquinas. E como seres humanos, criarmos algumas expectativas é bom: permite-nos visualizar algo e preparar uma reacção. Quando as coisas não correm de acordo com o projectado, há “apenas” que desconstruir a reacção e separar a parcela exagerada (fruto da expectativa) da parcela realista (fruto da realidade).

Parece fácil.
O caralho é que é…

PS: Começar um artigo “sério” com um palavrão inverte a expectativa. Terminá-lo com outro, “ajavarda” um bocado a sentido da coisa, mas pelo menos aligeira a conversa. É a vida… que triste seria ela sem os palavrões…

Comentários