É pena mas não dá

Descobri há pouco que, num dos dias do Rock in Rio Lisboa 2012 vão estar o Stevie Wonder e o Bryan Adams.
Estes são 2 dos 5 ou 6 músicos que eu admito pagar bilhete para ver ao vivo! E logo no mesmo dia… claro que quando vi o preço dos bilhetes, a ideia de marcar presença esvaiu-se no mesmo instante: 61 euros!
Sei que são vários concertos, é uma festa da música, bla, bla, bla… mas os 61 euros continuam lá. O preço que eu estaria disposto a pagar está tão longe destes valores que nem um desconto de 50% seria suficiente para eu marcar presença…
Não quer isso dizer que não fique com pena, porque quer um quer outro, são músicos de quem gosto bastante.
Paul McCartney veio na primeira edição do Rock in Rio Lisboa, e este era outro do grupo restrito. Rod Stewart ou os Keane passaram por cá nos últimos anos e os preços também me proibiram de ir (o primeiro bem mais barato, no Pavilhão Atlântico).

Enfim… não creio que nos tempos mais próximos eu vá ver música ao vivo por estes valores (só à borla ou próximo disso), e não é pela crise: é pelo valor, que, para mim, continua próximo do absurdo.
Provavelmente não gosto assim tanto de música.

Comentários

João Silva disse…
Esses preços, em valor absoluto são caros. É claro que se dividires pelo número de concertos do dia, acaba por ficar em conta. Acontece, no meu caso, que não tenho paciência para a turbulência dos festivais. Prefiro pagar por um concerto e ver apenas um concerto.

No entanto, quando dizes que só estás disposto a ver música à borla ou próximo disso, acabamos por ir parar ao extremo oposto. A música é a profissão de quem toca! Se derem os concertos todos á borla ou próximo disso não vivem. Ainda pior se for em Portugal, salvo algumas excepções! Ou então acabas por ser tu a pagar de forma indirecta, através das autarquias e afins!

Depois é o valor das coisas... e do dinheiro! Daqui a 3 meses onde é que terás gasto 61 euros? Em alguma coisa ou em algumas coisas foi de certeza. E valeu apena? Neste situação, o que deve ser pesado é que se calhar não voltas a ter outra oportunidade para veres o Stevie Wonder. E 61 euros voltas a ganhar para o mês que vem!

Dois casos relacionados com música, mas que podiam ser sobre outra coisa qualquer: Adiei por mais que uma vez ver a Lhasa ao vivo, por falta de tempo ou para não gastar dinheiro naquela altura. O resultado: morreu com 37 anos quando se esperava que ainda por cá andasse!

O outro caso foi com a minha mãe. Sempre quis ver um concerto do Roberto Carlos. Ele veio cá e quis ofercer-lhe o bilhete para os melhores lugares. Já não me lembro ao certo do valor, mas andava por volta dos 50 ou 60 euros. Estive mesmo, mesmo, mesmo para comprar, mas depois, já na fila da FNAC, achei que haveria de haver uma altura em que me desse mais jeito, afinal 60 euros são 60 euros! O resultado: já não lhe posso oferecer nenhum bilhete para ver o Roberto Carlos. E os 60 euros? Gastei-os noutra coisa qualquer. Se não foi nesse mês, foi 2 meses depois!

Há experiências que são impagáveis e poder assistir à actuação dum ídolo, é uma delas. Para além disso, muitas vez de forma inesperada, há decisões que só podemos tomar uma vez! Eu não volto a arriscar...
António V. Dias disse…
Daí eu achar que não sou grande amante de música: embora haja intérpretes de que eu goste, não há um pelo qual eu largaria 60 euros (com o que eu ganho hoje, claro - isto é tudo relativo).

Tudo depende da importância que atribuimos a algumas experiências: muitas coisas podem ser irrepetíveis, mas depois vem a vida com o seu impiedoso realismo: este mês, por exemplo, larguei no dentista a poupança de 2 meses... e foi bem mais do que 1 ou 2 bilhetes para o Rock in Rio... preferia tê-lo gasto nos concertos, até porque, infelizmente, o dentista não é uma experiência irrepetível ;)