Os únicos que vi

Se O Fantasma era um sonho antigo, Os Miseráveis deram corpo a uma espécie de obrigação: ver os dois musicais mais obrigatórios da história recente dos Musicais do West End. Eram também os mais antigos (Os Miseráveis estreou em 1985 e O Fantasma da Ópera em 1986)

O primeiro foi, obviamente O Fantasma da Ópera. Porque sabia de cor e salteado todas as músicas, porque já havia lido o livro, porque já havia visto o filme, e porque adorava toda a história e magia envolvente, bem como a produção que Andrew Lloyd Webber conseguiu construir desta obra.
E se fiquei surpreendido com a (reduzida) dimensão do teatro, os efeitos especiais (mais do que a música) foi o que mais me surpreendeu de toda a produção. A qualidade dos artistas, embora não fossem como Sarah Brightman e Michael Crawford, a Christinne e o Fantasma originais, era indiscutível. As músicas, já eu sabia, eram do melhor.

Os Miseráveis foi uma surpresa maior, pelo facto de a minha expectativa ser baixa: ia com uma predisposição para manter O Fantasma da Ópera como número 1. É normal a dicotomia entre os 2 musicais e eu havia escolhido O Fantasma antes de ter visto Os Miseráveis.
Também por isso, fui agradavelmente surpreendido pela qualidade indiscutível e intensidade dramática da história de Vítor Hugo. Conhecia apenas uma música, a que havia sido cantada por Susan Boyle no Britain’s Got Talent, I Dreamed a Dream, muito menos grandiosa do que no espalhafato pop do programa televisivo, mas nem por isso menos bela.
Fiquei fã de Os Miseráveis… também.

Olhando hoje para os dois espectáculos (o primeiro vi-o em Fevereiro de 2008 e o segundo em Junho de 2010), adoro os dois. E se a “ordem de mérito” não se alterou, ambos ficaram muito próximos na minha escala de preferências. Houve momentos em que não sabia de qual havia gostado mais.
Hoje, sedimentada a opinião, O Fantasma da Ópera reconquistou a magia que lhe é própria e faz parte de uma das mais fantásticas experiências de espectáculos ao vivo a que assisti.

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