Os javardos contra-atacam

- 3ª-feira: greve do Metropolitano de Lisboa de manhã;
- 4ª-feira: greve da CP todo o dia;
- 5ª-feira: greve da CP todo o dia;
- 6ª-feira: greve da CP todo o dia;
- Nos últimos 10 dias apanhei uma greve da CP e uma greve do Metro (também de manhã);
- O sindicato dos maquinistas do Metro “aconselharam” os associados a fazer greve às horas extraordinárias durante o Rock in Rio;

Que grandes Filhos da Puta!
Estão-se-me a esgotar os adjectivos para qualificar o comportamento destes ricalhaços. Ganhar 4.000 €/mês e fazerem isto, para além de uma falta de respeito enorme por quem trabalha e quer trabalhar, é uma falta de respeito por quem ganha 600 ou 800 €/mês e necessita dos transportes públicos para não ser despedido.
O sector dos transportes é sensível: porque é determinante para a Economia, e porque adultera os números de uma greve geral (gostava de ver uma greve quase geral (sem transportes) para ver se a adesão é assim tão grande), distorce as Estatísticas. Por isso, na convocação de uma greve, os Sindicatos trepam pelas paredes para garantir que os transportes aderem: são o aliado mais poderoso na fabricação da mentira que é a adesão maciça a uma greve.

Em conversa com um amigo a respeito disto mesmo, dizia-me ele: “Desde sempre que me lembro de greves dos maquinistas da CP: das duas uma, ou é uma forma de protesto que não resulta ou o que pedem é irrealista.” Simples, mas o que é facto é que estes animais continuam a pôr e dispor da paciência dos utentes que pagam os bilhetes e passes que por sua vez lhes pagam os ordenados milionários.

Pilotos da aviação civil, controladores de tráfego aéreo, camionistas, maquinistas, trabalhadores portuários, etc… todos têm direito a fazer greve mas, como já disse: não é um dever mas um direito. Greves de dias seguidos, de semanas, sem serviços mínimos (o que quer que isso seja, porque eu nunca percebi), sem qualquer respeito pelos clientes dessas empresas, é uma vergonha. Esses “trabalhadores” são uma vergonha. São mais grevistas do que trabalhadores tal é o tempo que estão ora de férias, ora de greve, ora de folga, ora a dormir no tempo de trabalho (como no caso dos que estão de turno durante a noite quando não há comboios a circular!).
Provavelmente o mal é mesmo esse: serem empresas públicas: se sentissem o perigo real de falência e não tivessem a almofada do Estado sempre por baixo, talvez tomassem um comprimido contra a filha-da-putice que têm entranhada na ervilha que lhes forra o interior do crânio.

Pela parte que me toca, só sei que esta semana, em 10 viagens possíveis para o trabalho, só posso fazer 3 nos transportes públicos! Viagens pagas à partida!
E não há ninguém que tenha mão nestes gajos: somos “um bocadinho” bananas.
Eles que fizessem um décimo disto nos EUA a ver o que acontecia: em 1981 os controladores de tráfego aéreo resolveram “testar o sistema” e fazer greve. Ronald Reagan não esteve com meias medidas: deu-lhes 48 horas para regressar ao trabalho. Os que não regressaram foram para o olho da rua. Pôs depois os militares a fazer o controlo do tráfego enquanto formou novos controladores.
Um exemplo para mostrar a esta corja que ainda havia políticos firmes.
Reagan aprovou uma lei que “proibia a greve de funcionários públicos com poder para paralisar o país”: isso na Europa bananóide e pseudo-democrática de hoje seria uma utopia.
É a diferença entre quem não tem medo de tomar decisões e quem tem complexos de afirmação e uma noção de Democracia muito mal resolvidos.

Que democracia esta, onde meia-dúzia de javardos tiram a uma larga maioria o direito de ir trabalhar!

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