Qualquer merda tira um curso

O Ministro Miguel Relvas é licenciado.
Conseguiu o grau em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona ao fazer 4 exames e obter 32 (!!!) equivalências pela experiência profissional expressa no currículo!

Depois de Sócrates, com o plano 5 disciplinas na Independente feito à sua medida para conseguir tirar o curso (4 dadas, por acaso, por um amigo dele, que por acaso foi parar ao governo, mas era tão bom que acabou despedido), temos Relvas que é licenciado com um “não-curso”.
E o pior é que esta vergonha é legal: o presidente da Lusófona veio dizer que já houve 89 cursos concedidos pela universidade desta forma.
É legal, tudo bem, mas não é por estar na lei que eu tenho que concordar.

Esta forma de tirar cursos só é possível com cursos que não valem um caralho!
As áreas da política, recursos humanos, etc… prestam-se a estas merdas.
Eu gostava de ver era ser concedido a um trolha o curso de Engenheiro Civil por “experiência profissional”. Ou ao auxiliar de Hospital que limpa o cu aos doentes obter o diploma em Medicina!

Mas mais grave, para mim, é a ideia que se vai sedimentando, de que quem tem poder (político) em Portugal, consegue tudo (e digo mesmo tudo) de uma forma muito mais facilitada. Os cursos superiores são apenas um exemplo. Profissões pagas principescamente (como CEOs de grandes empresas), comentários televisivos pagos a peso de ouro para vomitarem banalidades, viagens, ajudas de custo, gabinete, motorista, carro, reformas, etc… a lista é tão vergonhosamente longa que é melhor parar por aqui.

Nunca foi questão (nem com Sócrates, nem com Relvas nem com o próximo burro que estiver na berlinda) o facto de um governante ter que ser licenciado. São muitos os exemplos de gente muito competente à frente dos destinos de empresas, instituições ou países. O que é, para mim, uma questão, é o facto de eu duvidar da capacidade desta gente tirar um curso a sério. E assumindo que teriam muitas dificuldades (para ser simpático), utilizam estes esquemas (legais ou não-legais).
Felizmente, a grande maioria dos políticos não é desta estirpe (apenas no que respeita a esta (in)capacidade de tirar um curso a sério), mas, mesmo assim, o facto destes chico-espertos chegarem a cargos dos mais poderosos do país é suficientemente grave.

É claro que ninguém merece ser julgado pelo ar que aparenta, mas este tipo tem cá um ar de gozão chico-esperto… e o pior é que goza mesmo com isto tudo… veja-se o almoço com Jorge Silva Carvalho que ele se “esqueceu” de mencionar na primeira audição que teve na Assembleia da República…

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