Um alguém (muito) interessante


Soube hoje que o meu "amigo" Gualter, que conheci há menos de um mês e que se revelou uma das pessoas mais interessantes que conheci nos últimos meses (com uma conversa fantástica), teve um AVC.
Para além da fala ter sido afectada, a revolta que demonstra por estar totalmente consciente da sua situação fez com que os os médicos no hospital tivessem que o amarrar à cama (literalmente)...

Sem entrar em grandes divagações sobre a vida e tudo o mais, fez-me impressão ter falado tão bem com uma pessoa tão assertiva e culta, ter tido o oportunidade, neste brevíssimo intervalo de tempo, de satisfazer um desejo seu (ao gravar-lhe a versão original do "Over The Rainbow" de Judy Garland, que ele há muito procurava sem sucesso) e, ainda antes de ter voltado à Marinha Grande para receber o CD de Mozart que sei que ele comprou especialmente para mim, como sinal de agradecimento, aconteceu-lhe isto.

Se os seus 84 anos atenuam um pouco o sentimento de pena e frustração que sinto em simultâneo, nada mudam da realidade: esta é implacável e, no que respeita a algumas questões de saúde, segue o seu curso, independentemente do que possamos pensar ou sentir. Deve ser isto a lei da vida, mas não quer dizer que eu concorde... ou pelo menos que eu concorde com o modo como ela se manifesta.
Resta-me a consolação, de uma forma muito egoísta, de ter tido o privilégio de ter conseguido (até hoje), pelo menos uma conversa e uma troca de presentes com este Senhor.

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