Blue Jasmine


Woody Allen tem um problema: a dificuldade em se reinventar. Tirando isto, muitos dos seus filmes continuam com um interesse bem acima da média, logo, o problema deixa de existir: se a qualidade da sua obra continua e (a generalidade) dos fãs não se fartam, ele lá vai deixando a sua marca. Por mim, acho os filmes de Woody Allen divertidos, interessantes e, de vez em quando aparece um que se aproxima da genialidade (Annie Hall (1977) ou Manhattan (1979), por exemplo). Como não sou um fã incondicional: devo ter visto entre 10 a 15 filmes, o que não é muito tendo em conta que faz pelo menos um filme por ano. 

Vi ontem o seu último filme, Blue Jasmine, e gostei bastante. É dos grandes directores de actores da actualidade (Michael Caine, Diane Keaton, Diane Wiest, Mira Sorvino, Penelope Cruz são apenas alguns nomes que ganharam óscares por participarem em filmes seus) e este filme não foge à regra: Cate Blanchett, uma grande actriz, tem (mais) uma interpretação fantástica. Como todo o elenco aliás. De resto, é o costume: a arte de recriar com conversa fiada situações do quotidiano e apresentá-las numa perspectiva sempre “fresca”: os seus filmes, embora saibamos na maioria dos casos ao que vamos, não cansam. Uma espécie de “O Sexo e a Cidade” mas em versão inteligente. 

Sem desvendar grande coisa sobre o filme, gostei do facto de não ser “hollywoodesco”, porque a vida também não é (ou pelo menos não o é sempre). Os contos de fadas também podem não acontecer no cinema. Contudo, tal não torna este filme pesado, longe disso… (há na realidade um mini conto de fadas). Interessante e muito bem feito.

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