Crescimento


“Na infância, a cada ano que passa tornamo-nos uma pessoa diferente. Geralmente é no Outono que acontece, durante o regresso às aulas, quando mudamos de classe e deixamos para trás a indolência e a letargia das férias de Verão. É nesta altura que registamos mais vivamente a mudança. Mais tarde, deixamos de ter presente o mês ou o ano, mas as mudanças dão-se na mesma. Durante longos anos, o passado solta-se facilmente de nós, quase automaticamente, como deve ser. Não é que as suas imagens se desvaneçam, antes se tornam irrelevantes. E de súbito tudo regressa, coisas mortas e enterradas germinam de novo, exigindo a nossa atenção, exigindo inclusive que façamos algo, apesar de sabermos perfeitamente que não há nada a fazer.”

Alice Munro in Demasiada Felicidade

Comentários

Anónimo disse…
À pois é... Elas não matam, mas moem! Por muito tempo.
"Manda os olhos e o medo para onde os pés não vão"
António V. Dias disse…
Olá.
Obrigado pelo comentário.
Podes.me dizer de quem é essa frase? (Livro, Música?)
Obrigado.

António